quinta-feira, 15 de julho de 2010

Animais brasileiros, utilizados na gastronomia portuguesa.








Os animais encontrados pelos portugueses e citados no livro Delícias do Descobrimento.


Capivaras, antas, tatus, pacas , cutia, porcos, veados, coelhos, tamanduá, quati, ratos, macacos, gambás. Todos esses animais faziam parte de uma rica fauna citada no livro Delícias do Descobrimento, citando modos de preparo do livro da infanta d. Maria; os portugueses apreciavam muito algumas carnes como a de tatu e detestavam outras como a do macaco. Outro aspecto que nos chama a atenção é o uso medicinal atribuido a determinados alimentos ou parte deles, como o uso dos ossos da anta para fins curativos, os índios também achavam que ao comer carne de veado ganhavam a habilidade e destreza destes. A carne do rato não era muito apreciada pelos europeus, que viam aqui uma variedade muito grande desta família. Enquanto aos animais trazidos de fora quem tinha aversão eram os índios, eles não apreciavam o ovo destas aves, o que era impensável aos olhos europeus. Vemos, deste modo, que a adaptabilidade dos europeus aos recursos da região é o ponto forte para a riqueza alimentar vista nesta obra. Através de missionários, leigos, viajantes e aventureiros, além de cronistas, vemos os mais diversificados pontos de vista e gostos daquela época, cada animal era aproveitado de uma forma, uns tinha gosto de vitelo, outros de boi, alguns de galinha, assim ia se associando os animais do Velho Mundo aos do Novo Mundo.

Mais um alimento da terra

Jetica/batata - doce

15, Julho 2010 - 00:12:23
Jetica/batata - doce
Fonte: www.eflog.net/ths1




Os tubérculos e as raízes que se comiam Brasil no século XVI eram as batatas-doces, os carás, os inhames, as mandiocas, os mangarás e os taiás. Alguns eram nativos, outros foram aqui introduzidos.

A palavra “batata” tem sua origem nos tainos do Caribe, que a usavam para designar a batata-doce, que os botânicos chamam de Ipomea batatas, uma representante da família das Convolvuláceas com mais de 1500 espécies espalhadas pelo mundo. Não há dúvidas de que a batata-doce chegou à Europa anteriormente à batata aidina (Solanum tuberosum); ela foi inclusive uma das provas do descobrimento da América que Colombo levou para a rainha Isabel.

Planta de fácil propagação e de grande produção, a batata-doce dispersou-se rapidamente pelo mundo, inclusive por ação dos portugueses, e logo se adaptou a outras regiões. A batata-doce era comum nas roças dos índios, e os narradores fazem freqüentes citações à jetica, seu nome tupi. Os índios já haviam desenvolvido as variedades básicas que ainda hoje encontramos nos mercados: a batata-doce amarela, a roxa e a branca.

A caça dos animais no Brasil do século XVI

A CAÇA INDÍGENA

Além da pescaria, a caça é o único meio de se obter carne nas tribos. É também uma atividade masculina e pode-se realizar individual ou coletivamente. As carnes mais apreciadas costumam ser a de animais como a anta, a cobra e a paca. Os índios costumam evitar a carne de animais peludos, fazendo exceção à do macaco, da qual gostam muito. Dentre as aves mais procuradas - inclusive por serem seus ovos muito apreciados - destaca-se o mutum, jacumim, jacutinga, papagaio, perdiz, jaó, pato e marreco.( Postado no blog: Diversidade Cultural; http://diversidadeecultural.blogspot.com/2007/10/caa-indgena.html )

Percebemos que as armadilhas, as arapucas, os estratagemas feitos pelos índios deviam ser muito bem arquitetados para conseguirem o intento desejado: capturar animais pra sua alimentação e subsistência. Quando pensamos em caça e pesca, pensamos muitas das vezes em arco e flecha, símbolo que ficou célebre no ideário brasileiro, porém existem muito mais elementos , muitos ainda utilizados hoje, como a "sirizeira", a arapuca e outras. Esta tecnologia, mesmo que rudimentar, era muito útil para o intento desejado, conseguir o alimento para sobrevivência.

Os animais estrangeiros trazidos pelos portugueses.


Muitos eram os animais trazidos pelos portugueses ao Brasil no período do descobrimento, entre eles estavam a vaca, a galinha, o pato, o carneiro e a ovelha. O advento destes animais modificou a rotina dos habitantes nativos da região,os índios, por exemplo, não apreciavam os ovos de galinha, estes, porém eram muito apreciados pelos portugueses e europeus em geral. Imaginamos o misto de admiração e espanto dos indígenas ao se depararem com aqueles animais nunca antes visto ali, na sua região, a vaca, um animal de granes pastagens, deve ter modificado a paisagem para ser cultivado em nossas terras, pois ele precisava de grandes campos para se alimentar e desenvolver-se, causando desmatamento das florestas aqui existentes. O mesmo acontecia com o carneiro e a ovelha, animais cultivados no campo, o seu impacto era algo sentido, nas pequenas cercanias que eram criadas nos núcleos de povoamento. Podemos retirar desta análise toda a imposição da cultura ligada à culinária. Pois a hegemonia cultural trazia toda uma gama de novidades, nunca antes vista, naquelas paragens. (Texto elaborado por Elizangela Alves)

A alimentação portuguesa e sua origem.


Começamos este texto, explanando, de maneira geral, a contribuição lusitana, na culinária brasileira; quando pensamos em culinária portuguesa temos que entender todo o contexto da península ibérica, e sua formação cultural, a partir das invasões mouras, juntamente com a União Ibérica. A alimentação portuguesa apropriou-se diretamente dos seus condimentos, modos de preparo e receitas, formando um verdadeiro mosáico da alimentação deste país. Ao chegar ao Novo Mundo, os patrícios se depararam com novidades, mais exóticas do que aquelas conhecidas até então, então utilizaram dos seus conhecimentos para ampliar o arcabouço gastronômico catalogado até então. Foram-se os mouros e sua alimentação, vieram os índios e sua alimentação variada, rica em frutas e preparos com novos animais e até carne humana. Entre os alimentos que mais causaram estranheza estavam a sauva, "formiga gigante", comida como uma tanajura e carne de macaco, iguaria rara na visão dos portugueses.
Com o passar do tempo, os exploradores portugueses foram se adaptando a nova realidade, assim como seu estômago, se alimentando conforme suas vicissitudes e necessidades momentâneas, nos sertões se usava o mel, nos mares fetos de golfinhos assados, e assim toda aquela problemática do novo ia sendo deixada para trás, em detrimento das necessidades impostas pela natureza. (Texto confeccionado por Elizangela Alves)